CFO alerta que luta contra EAD na Odontologia continua com artigo no Jornal O Globo
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Presidente do Conselho Federal de Odontologia (CFO), Dr. Juliano do Vale, publicou artigo na Página 3 do Jornal O Globo desta segunda-feira (22/01/24), que destaca que a luta contra o Ensino à Distância na Odontologia (EAD) continua e convoca toda Comunidade Odontológica para assinar a Nota Pública contra o EAD na Odontologia feita pelo CFO.

A Associação dos Cirurgiões Dentistas da Baixada Santista (ACDBS) está apoiando fortemente essa campanha que visa garantir a qualidade do atendimento em Saúde Bucal no país e principalmente valorizar a formação adequada dos Profissionais de Odontologia. A qualidade e valorização da Odontologia é tema constante de discussão e alvo do trabalho do Sistema de Conselhos e entidades que trabalham em prol da profissão. A possibilidade do EAD para a graduação na Odontologia é algo a ser combatido de forma abrangente, mostrando a força da união da classe odontológica.

O CFO e os CROs do Brasil fizeram uma Nota Pública contra o tema que está colhendo adesões de profissionais, instituições e entidades de apoio e convoca toda Comunidade Odontológica a aderir  a esta Nota Pública através do e-mail  odontologiacontraead@cfo.org.br.

PARTICIPE DESTE MOMENTO IMPORTANTE PARA A ODONTOLOGIA

Nos links abaixo estão disponíveis:
– E-mail para encaminhar, assinar e corroborar nessa luta em defesa da Odontologia Brasileira (odontologiacontraead@cfo.org.br)
– Visualizar a Nota Pública 
– Lista de signatários

Confira abaixo o artigo do Dr. Juliano do Vale na íntegra:

Dentistas Presentes
Dr. Juliano do Vale*

A possível autorização para cursos de ensino à distância (EAD) de graduação em Odontologia, discutida no país desde 2022, levará a retrocessos na saúde bucal. É temerário que se autorize a formação de cirurgiões-dentistas sem que passem pela vivência clínica, fundamental para o exercício prático da profissão, sob pena de colocar em risco a saúde e o bem-estar dos pacientes.

Como órgão fiscalizador, responsável por ações de proteção da população na área, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) se posicionou contra a ideia desde o primeiro momento em que foi lançada pelo Ministério da Educação (MEC). A partir de então, juntaram-se à causa diversas outras entidades representativas da classe odontológica, também preocupadas com a má qualidade dos atendimentos a ser realizados por esses profissionais formados por meio de cursos à distância.

Habilidades práticas, como manipulação de instrumentos específicos, não podem ser dominadas sem supervisão de professores. O aprendizado presencial possibilita que os alunos recebam orientações imediatas, contribuindo para o aprimoramento de suas habilidades.

Além disso, a comunicação eficaz das necessidades dos pacientes não pode ser plenamente desenvolvida sem a exposição regular a situações clínicas reais. O ambiente presencial proporciona aos estudantes a oportunidade de lidar com uma variedade de casos, preparando-os para os desafios emocionais e práticos que encontrarão.

Nos estudos para a autorização do EAD na odontologia, o MEC lançou uma consulta pública em novembro do ano passado. O resultado levou o ministro Camilo Santana a suspender por 90 dias os processos de autorização de cursos à distância de odontologia.

Embora bem-vinda, a suspensão não significa o encerramento do assunto, pois ainda está pendente pelo MEC a conclusão da proposta de regulamentação de oferta de diversos cursos de graduação EAD. O CFO se manterá vigilante enquanto essa possibilidade ainda for minimamente aventada.

O Conselho colocará o assunto em debate durante o 41º Congresso Internacional de Odontologia (Ciosp), que ocorrerá em São Paulo de 24 a 27 de janeiro. O evento é o maior da América Latina em infraestrutura e um dos maiores do mundo, tendo chegado a 100 mil visitantes em 2023. É, portanto, o ambiente ideal para que, mais uma vez, possamos reafirmar a posição contrária à implantação dos cursos de EAD.

As novas tecnologias podem ser exploradas para complementar a formação profissional, com simulações e recursos on-line, mas não para substituir a experiência presencial. A inovação deve buscar fortalecer os fundamentos que garantem profissionais preparados para os desafios do nosso país, além de manter a odontologia brasileira como a maior e melhor do mundo.

* Juliano do Vale é presidente do Conselho Federal de Odontologia